sábado, maio 17, 2008

O desenvolvimento da Paciência e da Ausência de Expectativa

Fernando Pessoa, para mim, foi e é, um génio literário e do mundo sensível. Alberto Caeiro, um dos seus heterónimos, é um homem da terra, comtemplativo, fluído e sempre no momento presente. É uma lição de paciência para com a vida, da aprendizagem essencial de eliminar as expectativas , do SER actual.
Colho nele muitas energias quando o meu ser, por natureza ansioso e expectante, precisa de reencontar a simplicidade do Presente.


Se eu pudesse trincar a terra toda

E sentir-lhe um paladar,

E se a terra fosse uma cousa para trincar

Seria mais feliz um momento...

Mas eu nem sempre quero ser feliz.

É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol.

E a chuva, quando falta muito,pede-se.

Por isso tomo a infelicidade com a felicidade

Naturalmente, como quem não estranha

Que haja montanhas e planícies

E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo

Na felicidade ou na infelicidade,

Sentir como quem olha,Pensar como quem anda,

E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,

E que o poente é belo e é bela a noite que fica...Assim é e assim seja...


Alberto Caeiro( heterónimo de Fernando Pessoa)

sábado, maio 03, 2008

O vento, as alturas e a verdadeira interioridade



" Mal pouso o pé nas alturas e me abandono por completo a esse estado de concentração, o medo desaparece por completo. Estamos ali, sozinhos no nosso vazio aconchegante. Esse é o momento que eu adoro acima de tudo"


A rapariga que inventou um sonho, Haruki Murakami



Porque a verdadeira interioridade é um acto de autenticidade, de compromisso com a vida e connosco. Há mais retratos de Dorian Gray do que pessoas genuinas


Mas vale a pena acreditar...