sábado, outubro 31, 2009

Ler devia ser proibido

LER, PENSAR E CONTESTAR SÓ SERVE AOS SONHADORES
E
CUIDADO !!!!
LER PODE TORNAR AS PESSOAS PERIGOSAMENTE MAIS HUMANAS!!!

domingo, outubro 18, 2009

Liberdade de Fernando Pessoa


Ai que prazer não cumprir um dever.

Ter um livro para ler e não o fazer!

Ler é maçada,estudar é nada.

O sol doira sem literatura.

O rio corre bem ou mal,sem edição original.

E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.

Estudar é uma coisa em que está indistinta

A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.

Esperar por D. Sebastião,Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...

Mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol que peca

Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto

É Jesus Cristo,

Que não sabia nada de finanças,

Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa

quinta-feira, outubro 08, 2009

Herta Muller






A escritora Herta Müller, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2009, assegurou que tudo o que escreveu surgiu dos 30 anos que viveu sob a ditadura comunista de Nicolae Ceausescu, na Romênia.

"Não sei se o prêmio tem a ver com os 20 anos do fim do regime comunista. Mas tudo o que escrevi tem a ver com o que tive que viver durante 30 anos sob uma ditadura", disse Herta, em entrevista coletiva, ao ser perguntada sobre o possível caráter político da concessão do Nobel.

"Para as pessoas que viveram nas ditaduras as coisas não terminam quando mudam os tempos", explicou Herta.

"Há gente que morreu como vítima da ditadura. Tive amigos que morreram e a queda da ditadura não os reviveu", disse a escritora.

Segundo ela, esse é o tema de todos os seus livros e a escritora acredita que "toda a literatura tem a ver com as coisas que fizeram dano às pessoas".

Herta afirmou que em 1987, quando chegou à Alemanha, pela primeira vez em muito tempo teve a sensação de que podia respirar. Mas teve que esperar até 1989, com a queda do regime romeno, para deixar de sentir-se ameaçada. "

Acho que este país (Alemanha) me salvou", disse.

Herta não acredita que o Nobel a impedirá de continuar escrevendo, nem que influenciará sobre o que escreve, porque não vai "escrever um livro sobre o Prêmio Nobel".

A escritora prefere falar pouco sobre o prêmio recebido hoje, já que, segundo ela, não acredita ainda que ganhou e "precisa de tempo para entender seu significado".

"Em todo caso, o prêmio é algo exterior e o que importa de verdade é escrever. O resto é acrescentado", afirmou.
A escritora disse ainda que o prêmio não a faz nem melhor nem pior que antes e que seguirá sendo a mesma pessoa, porque não vai "exercer a função de prêmio Nobel 24 horas por dia" e que "seguramente" não pensará "nele quando estiver fritando ovos ou descascando batatas".

A entrevista coletiva teve um final oficial com um breve discurso do ministro de Cultura alemão, Bernd Neumann, que entregou um ramo de flores à escritora e assinalou que agora o nome de Herta Müller tinha se unido ao de outros como Thomas Mann e Günter Grass.

"Me alegro pelo prêmio, mas o que quero é seguir escrevendo na solidão", concluiu.