quinta-feira, janeiro 21, 2010

Gêres


Imagem retirada de:

http://olhares.aeiou.pt/portela_do_homem_no_geres_portugal_foto674319.html


É certo que será para trabalhar!


Esta última fase do mestrado que tanta energia exige!


Mas no Gêres tudo vale a pena...


Só verde que inalamos, o silêncio da paisagem brutal em volta, uma casa de pedra, o aconchego de uma lareira acesa


Vou carregar energia ( como diria a minha querida amiga Inês)


como se não houvesse Amanhã!!!!

E, se a inspiração mo permitir, terminar o pré-projecto que, apesar da energia/tempo que me reclama, tenho a certeza que no final, me vai encher a alma de contentamento.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Conversas soltas...


Numa conversa de café, com amigos, alguém dizia: - Estou preocupado com a pessoa A - está a embrutecer! Vai optar por algo que lhe fará mal e as suas queixas são a antevisão da sua infelicidade!!!!


Ouvia atentamente mas mantive-me calada.


Claro está, a malta estranhou e perguntou: - Tu não achas?


Olhei-os ( há nos meus olhos ironias e cansaços, e cruzo os braços e nunca vou por ali)

- Não, não acho. As pessoas habituam-se às queixas, a lamentar-se e no fundo, estão como desejam, com as opções que crêem que as farão mais felizes. Com essa pessoa A, no passado, tive várias conversas, onde tentei dialogar e desmistificar as queixas, a pessoa A entra em piloto automático e, apesar das queixas, persiste nas opções! Se calhar porque quer mesmo optar e simultâneamente queixar-se.

Passamos a vida centrados nas opções e mudanças alheias e as nossas?

Acho que duro é apostarmos nas nossas mudanças em vez de sermos atentos observadores dos outros!


Ficou um silêncio. Aquele silêncio reprovador de quem me olha como insensível!

Sorri e pensei: há 10 anos atrás, com 25 anos, acreditava realmente que as pessoas se queixavam porque queriam mudar, perceber os caminhos alternativos, sair da rota de colisão de que se lamentavam... Desconhecia o mecanismo de desresponsabilização das opções. Desconhecia que se pode optar e queixar, ficando assim, liberto do peso de cada escolha feita. A eterna leveza da vitimização social...


Hoje, com 35 estou, cada vez mais a disciplinar-me em ouvir, em respeitar as opções alheias, em perceber que cada um escolhe o calçado que quer usar... Que cada um de nós é livre para crescer ou se infantilizar; de se queixar ou empreender ou por e simplesmente calar e reflectir...
O mergulho interior é o mais dificil...


Cada vez mais, preciso e quero, focar-me nas minhas mudanças, no que acredito ser capaz de alcançar. Ao outro, que naturalmente habita em nós, cabe-nos OUVIR, OUVIR e , por mais que seja nos penoso, observar a queda e o erguer e o perder e encontrar, no tempo que cada um de nós sente. Tudo no mais profundo respeito pela liberdade que existe em cada um de nós.
No respeito de que nem sempre percebemos as escolhas alheias como os outros não percebem as nossas!!! E isso não é grave! Desde que cada um comprenda e enfrente as suas próprias opções.